quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Treinamento de artes marciais. Diálogo em torno de elementos ginásticos.

Esta publicação tem uma natureza pouco convencional. O que fazemos aqui é a reprodução (organizada) de uma conversa que eu (Guilherme Amaral Luz) e Jerônimo Marana fizemos em redes sociais (por Messenger e Facebook). Decidimos que era uma conversa que deveria ser registrada, pois pode ser útil para mais gente (e para nós mesmos no futuro).

Tudo começou depois que li uma publicação do blog do Jerônimo e fiz uma pergunta para ele em um grupo do Facebook, o grupo Kung Fu Brasil. Originalmente, a publicação dizia respeito às dimensões técnicas e físicas do treinamento de artes marciais, questionando o que deveria, numa sessão de treino, ser trabalhado primeiro.

Pois bem, vamos à conversa:

Guilherme Amaral Luz:
Para variar, uma publicação muito boa e muito útil, Jerônimo Marana. Como uma colaboração, gostaria de acrescentar um ponto correlato e aproveitar para conhecer o seu ponto de vista a respeito. Lendo a ótima dissertação do Marcio Antonio Tralci Filho, deparei-me com um trecho do Mestre Imamura que questiona o caráter supostamente "tradicional" da repetição de técnicas ritmadas em conjunto, o que ele mostra ser uma adaptação japonesa do modelo sueco de educação física na Era Meiji, depois "exportado" para a China. Esta repetição padronizada e mecânica, segundo o Mestre Imamura, seria o oposto do que ele entende como mais próprio da prática tradicional, que seria mais pessoal e individual, menos "uniformizada". É engraçado e até irônico que o Wushu tenha incorporado isso quase como marca registrada e muita gente associe este padrão a antigas formas de treinamento militar (o que faz até algum sentido). Nas academias, repetimos muito este tipo de treinamento, cujo ritmo, muitas vezes, não permite prestarmos atenção nas técnicas e cujo desgaste físico me parece comprometer a própria qualidade na execução delas. O que você acha deste tipo de treinamento? Até que ponto ele pode ser útil, até que ponto danoso? Há vantagem em treinar assim em algum momento? Com que frequência?

Eis o trecho da entrevista do mestre Leo Imamura, conforme transcrita na dissertação de Tralci Filho: "Muita gente pergunta pra mim, né: "porque o kung fu, cada um faz diferente?", eu não entendo essa pergunta, então por isso que eu respondo com outra pergunta: "mas por que que você achou que teria que ser igual?" (...) Então, entender tradição é um dos grandes problemas nossos hoje, porque tudo em nome da tradição o cara fala: "Oh, é tradicional, todo mundo soca igual, faz não sei o que, fica lá..." [simula uma repetição de socos], karatê  tradicional, todo mundo andando pra frente e pra trás, já fez Karatê, já viu aula de Karatê?
(...)
É, vem da Suécia, por que? Porque no Período Meiji (...) o Japão se abriu para o conhecimento europeu e o karatê foi desenvolvido dentro das Universidades, principalmente na escola de Educação Física, então ele se baseou naquele processo de aula unida, fazer tudo igual, que é totalmente estranho à tradição oriental isso. Sabe essa questão de fazer igualzinho, aquela coisa toda? Mas foi incorporado, isso foi incorporado no começo do século passado e o pessoal considera tradicional, parece que vem de várias gerações. Nada disso: antigamente, nem uniforme tinha. Antigamente, cada um fazia a sua parte, sabe? Hoje, você vê lá todo mundo, você pega lá, pega o movimento e faz: "Ta, ta, ta", né? Pessoal chama de Kati, né? Essa palavra nem existe, mas tudo bem, vamos chamar de Kati, faz lá: Ta, ta, ta, ta, ta", tudo igual, já reparou? "Um, dois, três!". Cada um tem o seu tempo para fazer o movimento, não pode fazer todo mundo igual. "Ah, mas isso é tradicional". Não que eu saiba... então isso é muito importante, de onde que vem cada um desses elementos que nós estamos considerando tradicional?" (TRALCI FILHO, Marcio Antonio. Artes marciais chinesas: histórias de vida de mestres brasileiros e as tensões entre a tradição e o modelo esportivo. Dissertação de Mestrado (Educação Física). São Paulo: Universidade de São Paulo, 2014. pp. 224-225.)

Calistenia, ginástica sueca. Fonte: Jesson, Tom. Upright and uptight: the invention of posture.

Jerônimo Marana:
Guilherme, pra responder a sua pergunta vou fazer um levantamento histórico e tentar escrever de um jeito fácil pra tentar ao mesmo tempo satisfazer a sua curiosidade natural de historiador e o público em geral pra que todo mundo possa acompanhar essa discussão. Vou dividir a resposta em vários comentários para deixar a leitura mais fácil para todo mundo.
Então pra entender a questão a gente precisa entender o processo de sistematização da educação física. Esse processo aconteceu na Europa, começou nas últimas décadas do século 18 e foi mais forte no 19. Então é preciso observar o momento pelo qual a Europa estava passando pra entender o contexto em que se deu essa sistematização.
Na segunda metade do século 18 estavam acontecendo as revoluções liberais, impulsionadas pela Revolução Francesa de um lado. De outro lado tínhamos a Revolução Industrial a partir de 1760. Vou voltar a falar da Inglaterra mais tarde, por enquanto vou me concentrar na Europa continental.
O século 18 foi o século do desenvolvimento da educação pública estatal. Já o 19 foi o século da formação dos Estados Nacionais e movimentos nacionalistas. Nessa época estavam ocorrendo as guerras contra a expansão do império de Napoleão. A educação física foi responsável por firmar o sentimento nacionalista na população na escola. Isso aconteceu por meio dos movimentos ginásticos, que iniciaram na Alemanha. Vou falar aqui dos movimentos ginásticos alemão, dinamarquês, sueco e francês.

Assista, aqui, ao vídeo de Jerônimo Marana sobre o conteúdo desta publicação.

O movimento ginástico alemão iniciou com um cara de sobrenome Basedow, que fundou uma escola em 1774, chamada Philantropum. Ele era influenciado pelas ideias educacionais de Rousseau, que dava muita importância pra saúde e educação física. A ginástica praticada era naturalista, envolvia vários tipos de exercícios praticados na natureza.
Aí veio um cara chamado GutsMuths, que fundou um instituto educacional semelhante. É importante guardar o nome dele pra entender o processo. Ele elaborou um sistema que ficou conhecido como ginástica natural. Ele teve influência sobre o sentimento nacionalista alemão a partir de 1806 após a invasão da França. Ele acreditava que a ginástica tinha um alto valor patriótico e pediu que o Estado assumisse a organização e divulgação da ginástica.
O auge da relação entre educação física e nacionalismo na Alemanha vieram com um cara de sobrenome Jahn. Para ele a salvação da nacionalidade da Alemanha estava na educação. Ele criou um movimento chamado Turnen, em que a educação física tinha papel importante.  O objetivo imediato dele era o fortalecimento físico e moral da juventude para libertar a Alemanha. Na guerra de libertação em 1813 ele e vários turneres se juntaram ao exército. Aí com a expulsão dos franceses o movimento ganhou força.
Em 1868 foi formada uma federação de todas as sociedades ginásticas alemãs. Durante a guerra franco-prussiana em 1870-71, que levou à unificação da Alemanha, 15 mil membros da federação se apresentaram para o serviço militar. Mas o sistema ginástico implantado nas escolas alemãs foi o de um cara chamado Spiess. Ele dava ênfase na disciplina e buscava o desenvolvimento eficiente e completo de todas as partes do corpo. Esses objetivos eram alcançados por meio da SUBMISSÃO, treino da memória e RESPOSTAS rápidas e precisas ao COMANDO.
É importante dizer aqui que o Movimento Jovem Hitleriano era um sistema extracurricular de educação física.
O movimento ginástico dinamarquês começou depois da perda de território para o império napoleônico e de uma crise econômica que durou de 1814 a 1820. A partir daí emergiu um sentimento nacional. Nesse período, um cara chamado Nachtegall liderou o movimento de consolidação da educação física dinamarquesa. Ele foi influenciado pelo GutsMuths, o sistema ginástico dele fez muito sucesso e atingiu o meio militar.
Em 1804 foi fundado Instituto Militar de Ginástica, tendo Nachtegall como diretor. O instituto acabou se tornando uma escola preparatória de professores de ginástica para a escola e passou a admitir civis também. Então a educação física entrava na escola sob influência militar. A Dinamarca foi o primeiro país a introduzir a educação física como matéria escolar. A ginástica se tornou obrigatória em todas as escolas elementares da Dinamarca. Como em muitos países europeus, um dos objetivos da educação física dinamarquesa era o desenvolvimento do patriotismo e da competência militar.
Agora a gente chega na ginástica sueca, que é o ponto da sua questão. A conquista da Finlândia pela Rússia no século 19, fazendo o império Sueco perder território, desencadeou um sentimento nacionalista na Suécia. Nessa época, um cara chamado Per Henrik Ling estava começando seu próprio movimento ginástico. Ele usou a ginástica e literatura para instigar coragem força e coragem no povo.
Como era influenciado por Nachtegall, ele propôs ao governo a fundação de uma escola nacional semelhante ao Instituto Militar de Ginástica da Dinamarca. Então em 1813 foi fundado o Real Instituto Central de Ginástica e Ling foi seu diretor por 25 anos. Em 1838 ele escreveu um manual militar de ginástica e esgrima. Esse manual foi adotado oficialmente não só pelo exército sueco, mas também de outros países.
Ling dividiu a educação física em quatro frentes: médica, militar, pedagógica e estética. Porém, ele mesmo se dedicava mais à médica e à militar. A militar tinha o propósito de elevar a condição física dos soldados. Para isso, ele enfatizava o vigor na ação e a capacidade de suportar esforços. O sistema criado por Ling se difundiu para vários países dentro e fora da Europa. Então aqui se justifica a influência sobre o Japão e posteriormente a China. Os sistemas ginásticos desses países se espalharam por todo o mundo, principalmente os de Jahn, Nachtegall e Ling.
Na França a ginástica só foi introduzida a partir da derrota de Napoleão, entre 1815 e 1848, começando no exército. Em 1852 foi fundada a Escola Militar Normal de Ginástica de Joinville-le-Pont. Ela foi responsável por suprir de professores não só o exército, mas também as escolas. A título de curiosidade, essa escola exerceu influência importante no Brasil.
A derrota na guerra franco-prussiana foi atribuída à degeneração física e moral. Então a ginástica se tornou obrigatória no currículo escolar. Graduados na Escola de Joiville-le-Pont e militares eram enviados como professores. Eles receberam instrução expressa para aumentar as potencialidades militares dos jovens.
Então muito da postura pedagógica autoritária em diversas práticas de educação física que existem até hoje tem influência nos movimentos ginásticos do século 19. Como característica elas tem o ensino frontal (todo mundo de frente para o professor) e o exercício coletivo dirigido pela voz de comando e pelo apito. A racionalização e a mecanização dos séculos 19 e 20 contribuíram para transformar a ginástica escolar em movimento uniforme e automatizado de massa. Isso já responde parte da sua pergunta. Mas vamos em frente, que agora vou voltar à Inglaterra.
Por causa da posição geográfica e do poder da marinha Inglesa, a Inglaterra não passava pelos mesmos conflitos que a Europa continental. E ali estava nascendo o capitalismo. Então enquanto aconteciam os movimentos ginásticos na Europa continental, na Inglaterra acontecia o movimento esportivo.
A Inglaterra demorou mais para estabelecer seu sistema público educacional. O esporte, que antes era prática da aristocracia, passou a permear outras camadas sociais até chegar na escola. O modelo de educação física de toda a Europa era ginástico, com exceção da Inglaterra, que era esportivo. O esporte, suas regras e organização correspondia às demandas da economia capitalista e da organização social que emergiam por conta da Revolução Industrial. Então enquanto a ginástica desenvolvia a obediência e submissão, o esporte ensinava a socialização, autodisciplina, iniciativa e liderança. Essas eram qualidades necessárias para a administração do império britânico e de suas atividades econômicas.
Somente em 1870 que o governo apoiou um sistema de educação física mantido pelo governo. Na ocasião do Ato de Educação de 1870, os sargentos passaram a ensinar educação física nas escolas. Só que o modelo adotado foi o modelo ginástico Sueco de Ling, que foi introduzido na Inglaterra entre 1840 e 1850.
Em 1904 o sistema sueco foi adotado oficialmente nas escolas, gerando uma dualidade na educação física nas escolas inglesas. Nas escolas públicas eram ensinados os esportes, objetivando formar bons chefes de empreendimento e bons oficiais. Nas escolas primárias se trabalhava a ginástica, com o objetivo de formar bons operários e soldados.
Acho que este último parágrafo responde a sua pergunta sobre até que ponto este tipo de treinamento pode ser útil ou danoso, se tem vantagem em se treinar assim em algum momento e com qual frequência. Como o Léo Imamura citou, a padronização suprime a individualidade. Cada aluno tem o seu ritmo, que precisa ser desrespeitado em prol da coletividade. E geralmente são os alunos de ritmo mais lento e menor capacidade física que precisam ignorar a sua individualidade para acompanhar os alunos fisicamente mais aptos.
Então agora eu devolvo para você as mesmas perguntas que você fez para mim. O que você acha deste tipo de treinamento? Até que ponto ele pode ser útil, até que ponto danoso? Há vantagem em treinar assim em algum momento? Com que frequência?

Guilherme Amaral Luz:
Complicado responder de forma muito simples. Mas o fato que talvez já responda é como eu lido com isso na prática, como aluno e como professor. Como aluno, eu faço; como professor, não uso esta metodologia. Como aluno, aproveito para uma coisa que, de algum modo, é bastante útil: gastar calorias. Como professor, não tenho gasto calórico como objetivo, por isso, não utilizo. Sei que, mesmo para gastar calorias há métodos mais eficazes e menos alienantes, mas, como professor/instrutor, nem me preocupo com isso, pois o que eu ensino (ou procuro ensinar) é o oposto deste trabalho alienante: autoconhecimento, reflexão e conexão integral entre o físico, o mental (inclusive o cognitivo), o psíquico (inclusive o emocional), o ético, o espiritual e o cultural. Meu instrumento mediador dessas conexões é o corpo, porém mais na sua dimensão técnica ou artística do que atlética (muito menos na sua variação ginástica ou militar).
Nesse sentido, compreender a técnica e colocar esforço no seu entendimento "correto" é mais importante para mim do que desenvolver resistência ao esforço, por exemplo. Também neste sentido, compreender o próprio ritmo, os próprios limites e potencias é central, o que contradiz à ideia de trabalho uniforme. Em suma, sendo bem claro, eu não gosto nem um pouco do método e me submeto a ele apenas por uma questão de hierarquia na academia. Aproveito para conseguir os benefícios possíveis, mas, quando tenho as rédeas do processo, faço de outro modo. Acho um método, em geral, danoso, tanto do ponto de vista ético, quanto técnico e, talvez, à saúde.
Uma última coisa que eu gostaria de comentar é sobre a sua presença nas artes marciais chinesas. Ele foi sendo construído miticamente como algo milenar, sendo vendido como expressão daquela ideia de kung fu como "esforço". Os treinamentos "desumanos" que aparecem em filmes desde a década de 1970 ou os supostos treinamentos extenuantes de "monges" Shaolin são alguns investimentos neste mito. Isso é muito ruim por divulgar estereótipos ligados ao kung fu, aproximando-o de algo extraordinário ou que poucas pessoas aguentam praticar. Isso pega muito quando eu encontro pessoas da minha geração ou mais velhas que praticaram kung fu na juventude e não cogitam voltar. Muitas dizem que não têm mais físico para isso ou alguma lesão que as impediriam de realizar "aquele" ritmo de treinamento. Como se fazer kung fu significasse necessariamente a prática de uma ginástica deste tipo, não houvesse outros meios, nem possibilidades de adaptação.

Jerônimo Marana:
Exatamente. Vale ressaltar que no início do século passado as artes marciais incorporaram exercícios da educação física, a corrida é um exemplo. Isso aconteceu, por exemplo, na Jingwu e na Academia Central de Guoshu. Aqui dá pra estabelecer alguma relação com o Zhong Wudao, não é?

Treinamento típico da Associação Jingwu de Xangai no início do século XX. Fonte: JUDKINS, Ben. Reevaluating Jingwu: would Bruce Lee have existed without it?

Guilherme Amaral Luz:
Acho que dá sim, pensando no Zhong Wudao como herdeiro tanto da Jingwu quanto da Academia Central de Guoshu. Sem falar no passado militar do Mestre Lin Zhong Yuan, que foi combatente na guerra civil, lutando no lado do Guomingtang. Mas o Fabrício poderia falar mais disso. De todo modo, pelo que ele andou pesquisando, o projeto do Zhong Wudao desdobrou-se, posteriormente, na proposta do Shang Wumen, que, em comparação com a ideia do Zhong Wudao, tem um caráter mais "interno" e envolve muito trabalho de meditação. Suponho que este caráter ginástico não deve ter persistido na proposta do Mestre Lin. O problema é que é difícil saber, pois ninguém aqui do Brasil, dentre os alunos do Mestre Sheng (ou qualquer outro), foi para Taiwan estudar diretamente com o Mestre Lin. E o Mestre Sheng veio para o Brasil muito cedo. Quando o Mestre Lin publicou o artigo sobre o Zhong Wudao, o próprio Mestre Sheng só o conhecia em manuscrito e já estava vivendo aqui no Brasil. Todo este desenvolvimento posterior do Shang Wumen ficou perdido para nós (praticantes brasileiros) e mesmo o Zhong Wudao que recebemos, provavelmente, é bem modificado pelo Mestre Sheng. O Zhong Wudao do Mestre Sheng tem muito destas características atléticas que você comentou. É um modelo que funcionou muito bem por aqui no início, até porque os primeiros alunos do Mestre Sheng tinham um perfil de muita força física. O pessoal mais antigo comenta a respeito do treino como algo muito puxado e também muito disciplinar, neste sentido de algo meio "militarista". Ainda temos muito desta herança por aqui.

Estudo para antigo logo da Wushukwan, academia do Mestre Huang Yu Sheng, nas décadas de 1990-2000, em Uberlândia.
Percebe-se uma apropriação do nome da Associação Jingwu, grafada como Chin Woo (outro modo bem usual no Ocidente), juntamente com o símbolo do Zhong Wudao do Mestre Lin Zhong Yuan. A academia, contudo, não tinha nenhum vínculo formal com a Associação Jingwu. Acervo pessoal de Guilherme Amaral Luz de documentos digitalizados a partir de originais da antiga academia.

2 comentários:

Gilmar disse...

Muito boa a materia e altamente esclarecedora

Guilherme disse...

Obrigado, Antônio. Ficamos felizes pelo retorno positivo!